Lembro de comprar material gráfico faturando 21, 28 e 35 DDL da entrega nas décadas de 80 e 90. Hoje chegamos a 60, 90, 120 e absurdos 150 dias. Donos de Bancos adoram isso.
Faturar 60 dias, da onde isso veio?
Escuto muitos amigos, donos de empresas reclamarem das condições de pagamentos, hoje tidas como práticas comuns de grande parte de empresas, principalmente multinacionais. Tenho a teoria que isso veio de processos de fabricação, onde entre o pedido e a entrega, existe um grande período de fabricação e assim, pagar 60 dias ou mais, do pedido não afeta do andar da carruagem, pois ele acontecerá bem perto da entrega da mercadoria. Pergunto, quando fechamos/aprovamos um negócio hoje, quando devemos receber o valor desta negociação, de forma ideal? Seria quando entregarmos o combinado? Me parece bom!
O que vejo, entretanto é a ordem de faturar quando entregarmos, ou seja, no dia da inauguração de um evento, quando quase todos os gastos já foram executados e serão liquidados em até mais 30 dias. Na prática, quantas agências e montadoras, tem trabalhado como verdadeiras financiadoras de multinacionais? Não me parece bom!
Do lado do cliente
Vamos em reuniões e mesmo em clientes já consolidados, a imposição deste tipo de condição, para mim irresponsável, de pagar com tal prazo, tem feito muitos de nós, rejeitar o briefing. Infelizmente existem muito mais “empresas” que concordam e abatem o mercado, aceitando tal prática absurda na terra que queria ser 1º Mundo. Do outro lado da mesa, pessoas com sorrisos amarelos propõem a condição já sabendo da expressão facial que virá a seguir. Mas, são apenas funcionários mandados, não podem fazer nada.
Do nosso lado
Vários tem recorrido ao capital de giro e obvio, repassando os custos ao cliente, sempre não mencionando isto. Tem até bancos coniventes com tal prática, que marqueteiam tal oferta. Na prática, parte da verba do job vai para o bolso do dono do banco. Tem agências e montadoras de stands que agem assim, acreditando que no giro, ganha-se dinheiro. Coitados! Uma frase bem antiga já dizia que Giro não é lucro.
Preciso escrever: Giro é giro. Lucro é lucro.
Já discuti com clientes meus e ouvi explicações dentro do mercado hospitalar e as condições ditadas pelo Governo do Brasil e como isso acaba fazendo um efeito dominó em toda cadeia. Em parte explicam a situação, mas concordar e aceitar e colocar em risco nossas empresas, a entrega do trabalho, a satisfação do cliente em benefício do lucro do banqueiro, que passa a compor a cadeia produtiva de uma montagem sem trabalhar, tange níveis que, pelo menos, deveriam tirar o sono de qualquer empresário.
Aceitar ou não esta condição?
Na Coisa Nova, não aceitamos e nos recusamos a trabalhar com tais empresas. Ver Post Financeiro.