Além do fundo do poço

2018 com profundas transformações no nosso país e uma preocupação nova com um futuro que escrevemos no dia a dia, não foi diferente para a CN Eventos e CN Publicidade. Foram as mais difíceis decisões que tive de tomar nesta fase da vida das empresas. Até onde precisamos ir?

Sempre converso com empresários, fornecedores, amigos e em qualquer oportunidade com desconhecidos e sobre seus negócios. Faço uma pergunta simples: Você tem a percepção de que o preço das coisas está muito abaixo do mínimo suportável?

100% das Respostas

Não vi ninguém começando a responder com um sorriso tranquilo e esperançoso.

Clientes e fornecedores no nosso setor, tem navegado num mar hostil de incertezas, sem criatividade e sem conhecimento. Já até afirmam o absurdo que a  “única constância é a inconstância” e variáveis da frase.

Mas, e aqueles que dizem que devemos escrever nosso futuro? Tem eles mesmos conseguido tal proeza em suas empresas, quando a prática mercadológica nacional vai totalmente contra qualquer lógica? E os destrói com uma simples resposta: Tive preços mais baixos.

No Brasil não compramos mais produtos e serviços

Me assusta muito o comportamento, ao meu entender, não profissional de empresas que compram preço. Um hábito já incrustado na nossa pobre sociedade, que comparando água e vinho, compra água e processa o fornecedor porque “achou” que fosse vinho.

Na verdade, milhares de vendas por aqui, são decisões financeiras apenas, ilustradas com lindos discursos de compliance, sem qualquer conhecimento real sobre o produto/serviço adquirido. Vejo dezenas de empresas comprando preço e cada vez, menos preço. Não pode haver nenhum outro resultado senão a aniquilação da qualidade.

Nesta relação você paga ainda mais do que recebe. Ainda não percebeu?

A última que ouvi

Uma nova agência, explodiu em aprovações num dos eventos de grandes e conhecidos expositores em 2018. Não sei das negociações, preços, escopo, trabalho. Não sei de nada, a não ser que faliu no final do mesmo ano. Como e porquê explodiu definitivamente?

Seria plausível assumir má administração? Simples assim?

A questão todavia certamente passa pelo que tenho tentado expor aqui e alertar meus clientes e fornecedores. Até onde devemos negociar preço e somente preço? Tem mesmo o Marketing cumprido seu papel? Temos mesmo sido grandes profissionais? Temos mesmo excelentes empresas para se trabalhar? Temos mesmo fornecedores capacitados? Temos mesmo trazido bons resultados para os negócios? Temos mesmo melhorado e aprimorado nosso setor de Eventos Corporativos no Brasil? Temos mesmo conhecimento para comprar e vender?

Não. Não vejo isso. E você?

  • E você, cliente?
  • E você, fornecedor?
  • E você, agência?
Como você tem vendido seu negócio e

como você tem comprado do negócio de outros?

Seu maior critério é preço?

Gostaria dizer boa sorte, mas não o farei. Nossa sugestão? Pare com isso! Reveja suas necessidades e capacidades de participar de um evento, reveja suas capacidades de fornecer aquilo que vende. Reveja seus métodos de venda e compra. Reveja seus funcionários. Reveja seus clientes. Reveja seus fornecedores.

PARE de prostituir e ser prostituto do mercado, fazendo não só o preço cair, mas na verdade, o valor, importância, necessidade e qualquer qualidade positiva que possa haver nesta relação. Até onde e para o benefício de quem? Eventos já não são estressantes o suficiente para você ainda arriscar tudo por causa de um custo menor? Não seremos todos classificados como irresponsáveis quando tudo der errado?

Não trabalhamos assim.

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